sábado, 12 de julho de 2008

-Eu não vi nada, nem senti nada.-Insossa é a comida de cada dia, aos pés de um circulo vicioso de uma cama tão cômoda foi o que ela pensara sobre as poucas coisas que vivia no dia a dia.


Algo a motivava a extravasar tamanha vontade do novo, mas voltava ao antigo, caseiro, conforto do lar.




-Não demoraria até se dar conta que aquilo não era seu lugar, pela tal energia mal canalizada.-



Ao acordar, o sorriso não era mais o mesmo falava rápido para esconder o choro ao se perguntar de onde surgia tamanha tristeza e vazio em seu coração.Abraçara o irmão e a sua mãe que nunca a viram nesse estado e foi caminhar pela praça. Encontrando paz e estabilidade que tanto procurava, respirar fundo, ela lembrara de suas paixões que habitam pelos cantos do mundo de sua imaginação.




-Lembrava de cada frase, cada sentido, cada sentimento proposto nem percebendo os demais, mas eu sabia.-




Voltou a sua casa, todos na mesa a sua espera, seu olhar começou a brilhar, lentamente sentia as coisas simples a invadirem como raios, já modificando seu sorriso.



-Ela saberia para onde correr nos momentos de fragilização-





Que deixara a tristeza de lado por alguns minutos.




-Menina perdida, menina perdida, para onde vão os grandes segredos que habitam em ti? As tais confusões, os nós.Que não se libertam, nem habitam perto da vida ou morte.-



– Aos sentimentos genuínos carregados em tua alma, sente e é humana.-



Ela andava após o almoço e deseja, desejava o mundo a seus pés, estando aos pés do mundo. Sua própria casa, seus pertences e amores coloridos espaciais, lunáticos, e insatisfatórios.Todos ferem, rasgam, martelam sua cabeça e ela sabe quando os faz sangrar, não é boba muito menos burra, só é sensível e egoísta.




-Com todos meios de proteção, no inverno ela usa diversos casacos, vivendo com frio. Lembro de vê-la tremer-



E caminhando, ela nota as flores com cores mais fortes, observando a natureza como mãe de tudo, sentindo-se uma criança que distraí os maléficos pensamentos a simples beleza de um olhar, a profundidade de estar viva.



-Invejei todo esse espírito, queria pra mim, como parte de mim!-


-Não se torna instável, fixa a visão, viaja aos oceanos, mares e universos.Tenta enganar-se tentando alcançar coisas que não almeja, vejo tão claro. Está tão claro-


A profundidade que hipnotiza tudo ao redor, das peneiras que tornam tudo um pouco superficial aos passantes, pode andar aos céus descalça e rir da cara do sol, luminoso ao contra por de seus devaneios, pois não importa a quem olhe. Ela não estará só.



Tornando-se rainha do seu mundo.


(DJALMA NOBATO)

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