domingo, 4 de maio de 2008

Quebramos os dois - Toranja



Era eu a convencer-te que gostas de mim

E tu a convenceres-te que não é bem assim...

Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro

E tu a argumentares os teus inevitáveis





Eras tu a dançares em pleno dia

E eu encostado como quem não vê

Eras tu a falar para esconder a saudade

E eu a esconder-me do que não se dizia





Afinal quebramos os dois...




Desviando os olhos por sentir a verdade

Juravas a certeza da mentira

Mas sem queimar demais

Sem querer extinguir o que já se sabia




Eu fugia do toque como do cheiro

Por saber que era o fim da roupa vestida

Que inventara no meio do escuro onde estava

Por ver o desespero na cor que trazias...







Afinal quebramos os dois...




Eras eu a despir-te do era pequeno

E tu a puxares-me para um lado mais perto

Onde se contam historias que nos atam

Ao silêncio dos lábios que nos mata...!







Eras tu a ficar por não saberes partir...

E eu a rezar para que desaparecesses...

Era eu a rezar para que ficasses...

E tu a ficares enquanto saías

...Não nos tocamos enquanto saías

Não nos tocamos enquanto saímos

Não nos tocamos e vamos fugindo

Porque quebramos como crianças



Afinal quebramos os dois...



...É quase pecado o que se deixa...

...Quase pecado o que se ignora...

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