"... E enfim, estavam (em vão) os dois... frente a frente...os olhares entrecruzados ...
... algemados um ao outro...
luminosos, surpresos, atônitos
Distantes de todo o resto que os cercava
, que era só o resto costumeiro,
barulhento,
poeirento,
vulgar,
sujo...
crianças correndo,
cães sarnentos
e abandonados,
e humanos (sempre eles)...
Havia tanto a ser dito...
mas
a voz estava presa por mil nós, que a impediam de sair...
o silêncio falava tanto,
o silêncio falava alto...
o silêncio era ensurdecedor...
um grito abafado,
velado de manto de sangue...
E eram os dois,
frente a frente,
e , entre eles,
muito chão,
muitas gentes,
muitas histórias...
E entre eles
o tempo, a solidão, o desespero...
e dentro deles
corações pulsando,
almas ardendo,
a saudade gemendo
(in)disfarçada...
e o silêncio,
o silêncio
permanente
latente
girando,
girando seco e pontiagudo,
criando feridas novas, que se assomavam às antigas,
até que..."
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