tive medo de perder as rédeas
não levantar da cadeira
não mexer
não olhar
e muito menos viver
(essa voz me diz sempre isso)
o fraco ponto diz
levante-se
e levantar tornou-se
..como levar o mundo
aos ombros
(essa voz fraca me diz sempre isso)
a beleza e a dor
fundem-se
em um só golpe
certeiro
torno me o vazio
que a dor às vezes
sugere existir, do nada.
(peso aos ombros, costas)
.hoje vi o solmas tive tanto frio
que o cansaço me tomava
chamando o sono da abstração.
outros planetas chamavam
distantes desse
..onde o pintor errava
e em preto e branco se tornavam
janelas vagas
(peso, expressão)
a estátua que via pela janela
espelhava a própria aparência
inerte de seu rosto
(expressão)
eu chamei a vida
perguntei por ela
e ele emudecia
voltando a golpear o quadro
me perguntei se ele realmente escutava
e o que ele realmente queria
(peso, pergunta)
indaguei o porquê da solidão?
Por que preto e branco?
por que a estátua tinha sua aparência?
por que não falava?
por que não chutava o balde?
(pergunta)
pois, não vê que tu me pertences?
e nessas janelas habitam teu coração.
cortado em fragmentos.
espalhados pelos cantos.
do olhar.
(alguém de fora o diz)
[Djalma Nobato]
2 comentários:
lindo isso...
A Djalma mata a pau!
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