E eu que muitas vezes não consigo me enxergar. Apenas rasgos, pobres de iluminação. Eu que temo, odeio, sou mesquinho... Eu que sou, por vezes, muitas e multiplicadas vezes, o próprio paroxismo da covardia... neste momento exato que se esfarinha com o correr dos meus dedos... sinto que sou tão simples, assim, complexo, indelimitado, indefinido. À imagem e semelhança de todas as coisas...
Olhei uma foto tua, de corpo inteiro. E eu me tornei a foto. Não. Me descobri sedento e faminto.
De ti.
Uma fome e sede tão primitivas.
Só você me abasteceria agora.
Sou porra-louca, contraditório, bobo... e sério demais na minha ausência de seriedade. Sou tímido e calado... e não sei dizer de mim.
[...].
Meu corpo todo te sente e sente tua falta: minha certeza incerta. Toda dinamite eclode no meu peito, largo palco de angústia...
Estou desaprendendo a fala, as palavras, para ser mais ... menos... para ser.
Toma das minhas mãos desajeitadas de dedos longos e tortos, o meu não-texto. O meu silêncio. Meu tesão.
Toma da minha boca, meu beijo... meu gesto de bicho.
Toma da minha mente, minha doçura não-inventada.
estou atormentado.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Tormenta, que arrasta casas
Que voam as sustentações
as façam se misturar nos pedaços teus.
Postar um comentário