quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ATO I.


Sobe o pano.


- Seria prático se eu te dissesse banalidades ...

haveria intervalo para a dúvida

na horta produtiva das certezas?



tóxicas C E R T E Z A S


CIENTÍFICAS


ACLAMADAS.




ATO II.

lacunas brancas corroem as bordas negras


ATO III.

Neon.


Rímel escorrendo.


Espelho Estilhaçado.


Vestido vermelho esfarrapado em um manequim mutilado.


Reflexo Turvo.



Peruca ao chão.


ATO IV.


Viver de mentiras,

Viver de verdade ?




ATO V


Desembrulha as palavras sem o espanto de encontrar o oco.



Desembrulha tuas fibras e te enxerga: sem usuras e censuras



Desembrulha-te.




Mergulha nos marulhos sem medo da branca espuma.


Te bebe.


Escreve esse outro, transparente ... Este outro além das palavras cimentadas de sentidos. Esse que não foi dito, mas existe. Impalpável Existência.


também tem o nojo.Encoberto por amenidades.


Tudo bem? Tudo bens?


Os imbecis seduzidos pelo poder do dinheiro. Pelo vazio.


Tudo-bem-como-vai-boa-noite.


hahahahaha.


é de uma graça que chega a dar pena.


hahahahaahahahahaha.


As cabeças coroadas e os intestinos cheios de merda.


ATO VI.

O sofrimento do outro. Mentes: complacência, piedade. Todo um palavreado. Para quê? Tapar sadismos, tranquilidades, a catarse .


Vã o catar-se.

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