domingo, 13 de julho de 2008
A deusa e o demônio
Estava a se admirar
Eu estava a admirar
Tamanha beleza em que desperta
Meus monstros
Em teus monstros
Sou meu próprio carrasco
Rindo e assistindo
...sem perder o escape
Cometo crueldades
Em que uma deusa, nem imaginária
Meu espelho não convém
Ela diz sobre o meu reflexo em seu espelho
Sentada em
seu sofá
seu!
sirvo uma água
um beijo
um ombro
meu pescoço
agora não mais ando
vivo a deusa que fostes pra mim
o demônio severo
Desperto no teu olhar
foi entregue
vive em outras mãos, descuidadas
mas cheia de reparos sensíveis
um cego de mãos atadas
esses sim
dignos de ti - perdido em cegueira
não contemplam tua imensidão.
Nem sabem que tu
Deforma ambientes
Ao falar, ao aparecer, ao viver
Ilusão auditiva és tu
Como em os demais sentidos
(Djalma Nobato)
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